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Arquitetos: DARP - De Arquitectura y Paisaje
- Ano: 2022
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Fotografias:Mauricio Carvajal
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Parque Gran Colombiano é um conjunto patrimonial composto por quatro imóveis de interesse cultural em escala nacional. Seu grau de conservação estabelecido é o mais alto estabelecido pelo Ministério da Cultura. Ele está localizado a menos de dois quilômetros da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, um local de tensões sociais, políticas e ambientais que requer ações reconciliadoras.
O parque celebra a assinatura da constituição de 1821, que deu vida à união dos países americanos conhecida como Gran Colombia, e o local de nascimento do General Santander, herói da independência. Um dos imóveis de interesse cultural de dentro do parque é a casa onde funciona um museu que leva seu nome.
Para reconectar o complexo patrimonial, propõe-se uma estrutura longitudinal (Rachadura) e uma série de estruturas transversais (Tecidos), que organizam os usos do parque, sua composição e reconhecem formas de conexão em diferentes escalas.
A concepção do projeto foi se deu através de um concurso público em 2012, sendo executado em diferentes fases ao longo dos últimos dez anos. Ele procura compreender o patrimônio em uma perspectiva mais ampla, que considera o construído e o natural como parte de um binômio e interpreta as políticas de construção sustentável com foco na preservação dos valores patrimoniais a partir de três ações:
- Promover a acessibilidade ao património: as intervenções propostas procuram recuperar fisicamente os imóveis de interesse cultural após o seu restauro. Ao mesmo tempo que procura ressignificá-los através da reorganização dos percursos do parque, ligando percursos de pedestres e incluindo pequenas infraestruturas de baixo impacto, de caráter mimético. Essas infraestruturas usam diferentes estratégias para articular o todo de maneira respeitosa, além de estimularem a apropriação e promoverem novos usos para um espaço que se tornou inseguro e de segregação social.
- Reconectar os sistemas naturais e urbanos. No parque foram levantados espaços pré-existentes com valor ambiental: um antigo fosso quase seco devido à má gestão das urbanizações vizinhas e o complexo arbóreo do parque com mais de 80 palmeiras reais centenárias. Da mesma forma, procura-se ligar o parque à malha urbana da cidade, partindo do reconhecimento do tecido urbano, incorporando passagens transversais ao parque com passagens seguras nas vias, mitigando o problema de acidentes com pedestres em duas vias de grande fluxo que cercam o conjunto.
- Trabalhar com a comunidade. O projeto foi realizado em diferentes etapas ao longo de dez anos, sendo a última etapa a mais importante em tamanho e escopo. Isso permitiu uma aproximação com as comunidades vizinhas e permitiu o desenvolvimento de processos de consulta que levaram a modificações no projeto originalmente apresentado.
O resgate de tradições construtivas vernáculas, o uso de materiais locais, as iniciativas educativas e os processos de consulta permitiram uma rápida apropriação por parte das comunidades da área.
Os vários grupos sociais que habitam o perímetro do parque começaram a se aproximar deste novo cenário da vida urbana, dando um sentido próprio ao cuidado e à reabilitação do património material e imaterial.